Marcelinho Carioca

Marcelo Pereira Surcin, mais conhecido como Marcelinho Carioca, nasceu no Rio de Janeiro no dia 1 de fevereiro de 1971.

Flamengo

Advindo de família humilde, o jogador que era filho de um gari com uma empregada doméstica foi descoberto aos 14 anos de idade no Madureira e levado a Gávea em virtude das suas boas atuações nos campeonatos juvenis. No rubro-negro carioca, ascendeu ao clube profissional em pouquíssimo tempo. Aos dezesseis anos, promovido por Telê Santana, Marcelinho se viu obrigado a substituir ninguém menos que Zico num Fla-Flu, ocasião em que o galinho se contundira. Daí se sucedeu uma sequência de atuações bem sucedidas que pôs o atleta na posição de um dos ídolos formados na Gávea. Apesar de ter conquistado títulos expressivos como a Copa do Brasil de 1990 e o Campeonato Brasileiro de 1992, Marcelinho ficou marcado pela perda de um pênalti na final da Copa dos Super Campeões em 1993. Ainda no ano de 1993 a diretoria do Flamengo negociou o Pé de Anjo, contra sua vontade, com o Corinthians. "Tenho todo o respeito com o torcedor flamenguista, foram vocês que me ascenderam para o futebol brasileiro. Quando foram me vender, eu não queria. Eu sai extremamente chateado e triste, porque me tiraram para pagar o salário dos medalhões.", respondeu a um torcedor durante entrevista. O que ele não sabia, é que no Corinthians viveria a melhor fase de sua carreira.

 

Corinthians

Logo que chegou ao Parque São Jorge, Marcelinho Carioca mostrou a que veio. No dia de sua apresentação, o atacante de 21 anos previu: "Quero marcar minha passagem aqui. Vim para o Corinthians para ser campeão!". A identificação com a torcida foi imediata e uma carreira vitoriosa estava começando. O maior colecionador de títulos com a camisa corintiana tem em sua conta dez títulos em oito anos pelo clube: um Mundial de Clubes da FIFA, dois títulos brasileiros, uma Copa do Brasil, quatro paulistas, uma Copa Bandeirantes e um Troféu Ramón de Carranza. Por sua extrema habilidade e competência em bolas paradas e pelo seu pequeno pé (calçava chuteiras número 36), Marcelinho foi apelidado de Pé de Anjo por torcedores e jornalistas. Tanto pela identificação que tinha pelo clube, quanto pela qualidade técnica que conduziu o time em um de seus períodos mais gloriosos, Marcelinho Carioca figura como um dos maiores ídolos da história do Corinthians. Após diversos títulos, foi vendido, em 1997, para o Valencia, da Espanha, por US$ 7 milhões. Como não se adaptou ao Valencia e amargou a reserva, Marcelinho só quis uma coisa: voltar ao Brasil. Ao saber da vontade do jogador, Eduardo José Farah, presidente da Federação Paulista de Futebol na época, comprou o passe do jogador junto ao Valencia. Depois, Farah criou o "Disque Marcelinho", para o qual, ao custo de três reais por telefonema, os torcedores dos quatro maiores clubes do Estado, São Paulo, Palmeiras, Santos e Corinthians, deveriam ligar e escolher o futuro do jogador.

Após 11 dias da promoção, a imensa e esmagadora maioria corintiana trazia Marcelinho de volta ao clube. Foram 62,5% das ligações para o Corinthians, 20,3% para o São Paulo, 9,5% para o Santos e 7,7% para o Palmeiras. Assim, ele voltou ao Timão.

De 1997 à 2000, Marcelinho foi o ídolo maior de um time recheado de estrelas, responsável pela mais vitoriosa temporada do Corinthians.

Após uma briga em 2001 com Ricardinho, deixou o clube novamente.

Após defender diversos clubes, inclusive estrangeiros, rescinde seu contrato com o Brasiliense, e volta ao Corinthians. Sua terceira e última passagem pelo Corinthians foi rápida e turbulenta. Marcelinho jogou pouquíssimas partidas. A principal delas contra o Internacional (RS) onde ele veio novamente atuar como titular. O jogo acabou empatado em 1x1. Marcelinho teve o contrato rescindido pelo clube a pedido do então técnico Emerson Leão.

Período em que jogou no Corinthians: 8 anos (de 1994 à 1997, de 1998 à 2001, 2006)

Jogos: 224

Gols: 58

Média 0,25 gol/jogo

 

O Retorno ao Futebol

No início de junho de 2007, Marcelinho declarou ter recebido uma proposta para voltar a jogar pelo Timão. O ídolo da fiel torcida corintiana anunciou seu retorno ao futebol no dia 12 de junho, em comunicado oficial, e que esperava acertar com algum clube em breve, pois acreditava que sua história no futebol ainda não havia se encerrado. O Pé de Anjo disse no programa Jogo Aberto, ainda como comentarista, que teria recebido um convite do então técnico do timão, Paulo César Carpegiani, para voltar aos braços da fiel torcida corintiana. Porém, o técnico negou, mas, uma semana depois, cogitou-se em observar o meia na equipe B. Porém, o retorno de Marcelinho no Timão não ocorreu, pois no dia 14 de junho, o Santo André, equipe que disputava o Campeonato Brasileiro da Série B, oficializou a contratação do Pé de Anjo, que havia declarado, ainda como comentarista no programa Jogo Aberto, que tinha recebido uma proposta do clube do ABC paulista. Após ingressar no Santo André, Marcelinho foi peça fundamental no time que conseguiu a promoção ao Campeonato Brasileiro da Série A, levando a equipe a disputar a primeira divisão do Brasileirão pela primeira vez em 24 anos.


 

O Jogo do Adeus

Marcelinho planejava realizar alguns amistosos no Corinthians em 2010 antes de se aposentar, sendo mais um ativo em publicidades do clube, rotulado como "Senhor Centenário", e encerrando a carreira como Embaixador do Centenário sendo relacionado a vários eventos dos 100 anos do clube. O primeiro amistoso foi contra o Huracán da Argentina, no dia 13 de janeiro, no Estádio do Pacaembu, ás 16h. Com público estimado em 20 mil pagantes, o Corinthians entrou com um time desfalcado, sem seus principais contratados e estrelas, mesmo assim o Corinthians jogou ofensivo o jogo todo. Marcelinho que usou a camisa 100, teve ótima atuação nos 45 minutos que participou. Infelizmente não fez gol, mas comandou o meio-de-campo, teve boa movimentação e usou e abusou de passes precisos. Marcelinho foi substituído logo no intervalo e saiu ovacionado pela torcida presente que cantou em coro seu nome. O Corinthians venceu por 3 x 0 o Huracán, com gols de Souza, aos 34, e Morais, aos 39min do primeiro tempo; Dentinho, aos 29min do segundo tempo. Porém, apesar do bom desempenho nesse jogo, no mesmo dia por volta das 20 horas, recebeu a inesperada notícia do diretor de futebol do Corinthians, Mário Gobbi Filho, de dispensá-lo oficialmente de qualquer outra participação junto ao clube sem motivos aparentes, trabalhando apenas na parte de publicidade do clube. - Foi uma festa muito justa para ele por tudo que fez pelo clube – acrescentou.

Encerra assim, sua passagem histórica pelo clube como jogador.